A vacina é segura’: a enfermeira entre as primeiras a receber imunizante nos EUA
A maior campanha de imunização de todos os tempos nos Estados Unidos começou nesta segunda-feira (14/12), com três milhões de doses da vacina Pfizer-BioNTech contra a covid-19 encaminhadas a hospitais em todos os 50 Estados através de aviões de carga e caminhões.
Nesta primeira etapa de aplicação da vacina, aprovada pela agência sanitária Food and Drug Administration (FDA) na sexta-feira (11/12), receberão o tratamento profissionais de saúde e idosos vivendo em asilos. Acredita-se que uma enfermeira de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Long Island, no Estado de Nova York, foi a primeira pessoa a receber a vacina no país.
Sandra Lindsay, enfermeira do Centro Médico Judaico de Long Island, foi imunizada ao vivo, diante das câmeras. As imagens foram transmitidas no Twitter do governador de Nova York, Andrew Cuomo, cujo Estado foi o epicentro da primeira onda de covid-19 nos Estados Unidos, no início do ano. “Não foi nada diferente de tomar qualquer outra vacina”, contou Lindsay. “Espero que isso marque o início do fim de um período muito doloroso de nossa história. Quero reforçar a confiança do público de que a vacina é segura. Estamos em uma pandemia e, portanto, todos precisamos fazer nossa parte.”
As mortes por covid-19 já totalizam quase 300 mil nos Estados Unidos, que tem de longe o maior número de óbitos pela nova doença no mundo. A chegada da vacina Pfizer-BioNTech vem em um momento em que o coronavírus continua devastando o país. As mortes aumentaram drasticamente desde novembro e o número de pessoas hospitalizadas com a doença também continuou a crescer de forma constante, com mais de 109 mil pessoas internadas atualmente, de acordo com o projeto Covid Tracking.
O programa de imunização dos EUA pretende chegar a 100 milhões de pessoas até abril. “Acho que foi provavelmente o dezembro mais sombrio já registrado aqui. Na semana passada, a covid-19 foi a principal causa de morte nos Estados Unidos, à frente do câncer e doenças cardíacas”, disse à BBC a médica Dora Mills, do MaineHealth, uma rede de 12 hospitais em Portland, Maine.
“É um momento muito sombrio, mas também é extraordinário que tenhamos uma vacina menos de um ano após o surgimento do vírus. Se os dados de eficácia e segurança forem mantidos, esta é provavelmente a maior conquista científica e de saúde pública de nossas vidas.” Os hospitais e unidades de saúde que estão recebendo as primeiras doses estão adotando escalas para a vacinação de seus funcionários, de modo a compensar eventuais efeitos colaterais — os relatados até aqui têm impacto leve a moderado, incluindo fadiga, febre e dor de cabeça. A vacina Pfizer-BioNTech também já está sendo aplicada no Reino Unido e no Canadá — que também começou seu programa de imunização nesta segunda-feira.