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Policial que matou jovem nos EUA diz que confundiu arma de fogo com taser

A policial que matou Daunte Wright, um jovem manifestante negro, nos subúrbios de Minneapolis (Estados Unidos), afirmou nesta segunda-feira (12) que efetuou o disparo fatal acreditando que a pistola era um aparelho elétrico não letal conhecido como taser — e não uma arma de fogo.

“A policial sacou sua pistola no lugar do taser”, disse Tim Gannon, comandante da polícia da cidade de Brooklyn Center em uma coletiva de imprensa. “Foi um tiro acidental que resultou na trágica morte.” (leia mais sobre a morte de Daunte Wright no fim da reportagem).

“Não há nada que eu possa dizer para aliviar a dor da família Wright”, acrescentou Gannon.

Gannon exibiu à imprensa um vídeo da câmera de um agente mostrando os policiais puxando o jovem para fora de seu carro depois de pará-lo por uma infração de trânsito.

Enquanto Wright luta com a polícia, a policial grita “taser, taser”. Em seguida, ela grita: “Meu Deus, eu atirei nele”, enquanto o jovem ferido se afasta.

A morte de Wright no domingo intensificou os protestos em Minneapolis, num momento em que a cidade já está sob tensão por causa do julgamento contra o ex-policial branco Derek Chauvin pela morte do afro-americano George Floyd. Cerca de 200 pessoas marcharam em direção ao departamento de polícia de Brooklyn Center.

Um grupo jogou pedras contra os policiais, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo e tiros com balas de borracha. A Guarda Nacional de Minnesota foi enviada para a cidade.

O prefeito de Brooklyn Center, Mike Elliott, decretou toque de recolher da 1h às 6h e chegou a pedir aos manifestantes: “permaneçam pacíficos”. “Os manifestantes pacíficos não são enfrentados com força”.

Morte de Daunte Wright

 

Manifestantes entram em confronto com a polícia em 11 de abril de 2021 em Brooklyn Center, subúrbio de Minneapolis, após a morte de Daunte Wright durante uma abordagem policial — Foto: Christian Monterrosa/AP

A morte de Daunte Wright, de 20 anos, ocorreu a cerca de 15 km de onde George Floyd foi morto, em maio do ano passado, também durante uma ação policial nos Estados Unidos.

A polícia do Brooklyn Center disse que os policiais pararam um homem devido a uma infração de trânsito, pouco antes das 14h, e descobriram que ele tinha um mandado de prisão em aberto.

Enquanto a polícia tentava prendê-lo, ele entrou no veículo e um policial atirou, segundo a corporação. O motorista ainda dirigiu por vários quarteirões antes de atingir outro veículo e morrer no local.

A versão da família é diferente. A namorada de Daunte diz que ele levou um tiro antes de voltar para o carro. Ela estava no veículo e ficou ferida na batida, mas não corre risco de vida.

A mãe de Daunte, Katie Wright, disse que seu filho ligou para ela quando foi parado e ouviu os policiais dizendo para ele sair do carro.

Durante a ligação, Katie disse que ouviu discussões e, em seguida, alguém dizendo “Daunte, não corra” antes de a ligação terminar. Quando ela ligou de volta, a namorada de seu filho atendeu e disse que ele havia levado um tiro.

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